domingo, 13 de novembro de 2016

Accept(ed) em Ubatuba

Algumas músicas marcam época em nossas vidas. E quando as ouvimos, lembranças daqueles momentos vividos são trazidas automaticamente.
A vida de peão era dura. Comer boia fria, ter de matar a sede com água quente, trabalhar debaixo de sol e chuva, o serviço tinha horário pra começar, mas não tinha horário pra terminar. De início, a ideia de ir para o litoral norte não me agradou. Eu achava um saco ficar longe de casa. Felizmente havia uma compensação. Ficávamos em uma casa a poucos passos da praia. E as paisagens que víamos pelo caminho só podiam ser coisas de Deus.
Vista da Praia Grande, praia de Ubatuba.

O ano era 2009. Caminhando pelo centro de Ubatuba encontro uma loja de CDs. Entrei por curiosidade. Fuçando um a um, acabei me deparando com um CD que tinha na capa uma mulher segurando uma motosserra.
Estou falando do álbum “Accept”, da banda de mesmo nome lançado em 1979. Até então, não tinha ouvido uma música sequer. Ao voltar para casa e ouvir foi uma grata surpresa. Foi como ganhar na loteria. Embora o guitarrista Wolf Hoffmann considere esse primeiro disco como uma "compilação de demos", pra mim é um dos melhores. Tem um timbre de guitarra que não encontrei em nenhum outro álbum do Accept ou qualquer outra banda.

01 – Lady Lou
 Ótima faixa de abertura. Me lembra um pouco do Judas Priest.

02 – Tired of Me
Um ótimo exemplo do que é Heavy Metal clássico.

03 – Seawinds
Essa é a minha faixa favorita. Vale destacar novamente o timbre da guitarra solo. Essa balada é cantada pelo baixista Peter Baltes. Toda vez que ouço me vem à memoria o litoral norte.

04 – Take Him in My Heart
A canção mais Hard Rock do álbum. A letra conta a história de uma garota solitária. Também tem um maravilhoso solo.

05 – Sounds of War
No começo parece que uma das guitarras imita o som de uma sirene. Na minha opinião a faixa mais pesada. Com uma letra reflexiva sobre guerras.

06 – Free me Now
Faixa veloz. Refrão simples, mas eficiente. Destaque para a voz do baixinho Udo, que lembra o vocalista do AC/DC, só que melhor, na minha opinião.

07 – Glad to Be Alone
De novo! Que timbre de guitarra... A música começa cadenciada e lá pela metade da uma acelerada. A letra é um desabafo sobre pessoas fúteis que nada acrescentam à sua vida. Ao menos eu interpreto assim...

08 – That’s Rock’n’Roll
Outra faixa rápida. A mais fraquinha do disco. Sei lá, não gostei...

09 – Helldriver
Ótimo instrumental, mas achei a letra boba. Fala sobre um piloto de corridas.

10 – Street fighter
Mais uma música sobre corridas de rua. Temática clichê, mas nem por isso significa ser ruim.


Formação:
Udo Dirkschneider: Vocais
Wolf Hoffmann: Guitarra
Jörg Fischer: Guitarra
Peter Baltes: Baixo, Vocais em "Seawinds" e "Sounds of War"
Frank Friedrich: Bateria


Hoje não sou mais peão. Foi um período da minha vida em que eu era feliz e não sabia. Se antes o cansaço era físico e as compensações eram as paisagens litorâneas, hoje meu cansaço é mental e a compensação que tenho é o tempo livre que posso dedicar a mim mesmo. E quanto ao CD , eu o mantenho bem guardado junto à minha coleção de originais.

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